Blog da Cidha Cunha

terça-feira, 26 de maio de 2020

DITADOS POPULARES - PARTE III

Continuação dos Provérbios e Ditados Populares.

41 - Segurar vela




ORIGEM
Na Idade Média, existiam empregados cuja função era segurar uma vela para que os trabalhadores mais experientes pudessem fazer suas atividades em ambientes escuros. Há quem diga que isso se aplicava até na hora do sexo dos patrões, quando o empregado era obrigado a ficar de costas para não ver o que estava acontecendo.
SIGNIFICADO
Acompanhar sozinho um casal. Também é dito quando uma pessoa  está acompanhando um casal de namorados e fica sem o que fazer nessa situação, atrapalhando o clima romântico.


42 - A  sete chaves



ORIGEM
 A origem vem das arcas de madeira destinadas a guardar documentos importantes e riquezas, muito usadas a partir do século XIII. Na verdade, eram quatro chaves, e cada uma ficava com um funcionário de confiança ou, às vezes, com o próprio rei e só quando todos estavam juntos, podiam ser abertas. Com o tempo, o número virou sete pela conotação mística desse algarismo.
SIGNIFICADO
Guardar algo ou um segredo com segurança e sigilo absoluto.

43 - Lanterna




ORIGEM
Surgiu em uma edição da Volta da França. Os ciclistas passaram a chamar o último colocado da corrida de “lanterne rouge” (lanterna vermelha), em referência às luzes que brilham no vagão final de um trem (uma forma de indicar que ele é o último mesmo e que nenhum se desprendeu). No Brasil, a expressão foi encurtada.
 SIGNIFICADO
 Último colocado na tabela de classificação de qualquer competição esportiva.

44 - Trocar as bolas



ORIGEM
Vem do bilhar: se refere a quando um jogador bate com o taco em uma bola que não deveria, prejudicando assim seu desempenho no jogo.
 SIGNIFICADO
Confundir uma coisa com outra; Estar confuso e não entender; Se atrapalhar com coisas simples.

45 - Puxa saco


ORIGEM
Vem do meio militar. Foi criada como um apelido aos oficiais que, durante as viagens, carregavam os sacos de roupa de seus superiores. No decorrer dos anos, o termo saiu da caserna e passou a indicar também um indivíduo que faz de tudo para agradar alguém em quem tenha algum tipo de interesse.
SIGNIFICADO
 Bajulador,que elogia muito alguém, geralmente buscando obter vantagens ou benefícios.

46 - Vá plantar batatas!



ORIGEM
Na segunda metade do século XIX, com a Revolução Industrial, os portugueses que trabalhavam em fábricas tinham muito mais prestígio. Já as atividades rurais eram consideradas coisas de gente desqualificada. Então, mandar alguém “plantar batatas” era uma forma disfarçada de ofender.
SIGNIFICADO
Não quero saber de você, me deixe em paz e vá fazer uma coisa impossível . Esta expressão  também é usada quando alguém faz ou fala algo que o outro não gostou.

47 - Santo do pau oco



ORIGEM
No Brasil dos séculos XVIII e XIX, para enganar a Coroa Portuguesa, sedenta por impostos, contrabandeavam-se riquezas dentro de imagens sacras de madeira. Para isso, era preciso tirar o material interno das estátuas, que ficavam ocas.
SIGNIFICADO
 Pessoa falsa,um indivíduo de caráter duvidoso, com ações fraudulentas, uma pessoa mentirosa ou hipócrita.

48 - Pão duro



ORIGEM
Vem de uma peça teatral de Amaral Gurgel, baseada em um mendigo que supostamente viveu no Rio de Janeiro no início do século XX. Ele sempre abordava as pessoas pedindo qualquer coisa, nem que fosse “um pedaço de pão duro”. Até aí, nada demais. Só que, quando ele morreu, descobriu-se que o homem acumulava um respeitável patrimônio, com contas em bancos e até imóveis.
SIGNIFICADO
 Pessoa muito apegada ao dinheiro; quem não é generoso nem caridoso ou seja um  sovina.

49 - Quinto do infernos



ORIGEM
O quinto era um imposto português da época do Brasil colonial que correspondia a 20% do ouro extraído. Quando os navios da Coroa chegavam à terrinha levando o minério extraído por aqui, os portugueses diziam: “Lá vem a nau dos quintos dos infernos”. É isso mesmo, “os infernos” era o Brasil!
SIGNIFICADO
 Lugar ruim, longe. O povo em Portugal também começou a utilizar essa expressão na mesma época. Geralmente, as pessoas tinham o costume de mandar a outra para “o quinto dos infernos”. Todavia, esse lugar seria uma referência ao Brasil, um lugar longínquo e desconhecido. Além disso, muitas vezes, as pessoas mandadas para o quinto dos infernos eram as que estavam sendo banidas de Portugal.

50 - Ao Deus dará



ORIGEM
Teria origem na história do  comerciante Manuel Álvares, que ajudava no abastecimento de soldados em Recife no século XVII. Quando não tinha o necessário, ele dizia “Deus dará”. A expressão virou seu apelido e depois se popularizou. Outra versão diz que a frase era usada por pessoas abordadas por mendigos.
SIGNIFICADO
Entregue à própria sorte, ao acaso, sem planejamento; abandonado. Aquele que só pode aguardar as coisas vindas de Deus, ficando limitado ao que Deus dará.

51 - Pé rapado



ORIGEM
Antigamente, igrejas e prédios públicos tinham um objeto metálico instalado na calçada, para que os pedestres raspassem a lama da sola dos sapatos antes de entrar nos recintos. Os mais pobres eram os que tinham os pés mais sujos de barro, afinal os que tinham mais condições se locomoviam à cavalo ou  de charretes, precisando andar bem menos.Aqueles que eram muito mais pobres raspavam a sola do próprio pé, afinal andavam descalços. Já durante a Guerra dos Mascates, em 1710, o termo era utilizado para se referir de forma depreciativa às tropas da aristocracia ruralista, pois estas combatiam o exército português descalços, enquanto a cavalaria ostentava botas que combinavam com o uniforme.
SIGNIFICADO
 Diz-se do cidadão que é humilde, muito pobre ou que não representa muito status no meio em que vive.  Também refere-se a pessoa pobre da zona rural, que andava descalço e por isso era obrigado a raspar (ou rapar) os pés para lhes tirar a lama.Um tanto preconceituosa: quem é pobre sequer tem um sapato, então precisa tirar o grosso da sujeira raspando o pé com uma faca.

52 - Casa da mãe Joana



ORIGEM
Surgiu no século XIV, quando a rainha de Nápoles, Joana I, precisou se refugiar em Avignon (França) para fugir de uma invasão. No exílio, ela resolveu regulamentar os bordéis da cidade. A medida fez com que tais lugares ficassem conhecidos como “paço da mãe Joana” – “mãe” tem o sentido de “dona da cidade”. No Brasil, “paço” foi substituído por “casa”.
SIGNIFICADO  
Lugar bagunçado onde se faz o que quer, sem ordem, onde predomina a confusão, a balburdia e a desorganização.

53 -  Botar a mão no fogo



ORIGEM
 Na Idade Média, uma das formas de testar a inocência de um acusado era fazê-lo segurar uma barra de ferro em brasa ou algo do gênero. Se não acontecesse nada, ele estaria livre. O maior requinte de crueldade dessa prática medieval e todos os que a ela se submetiam saíam queimados. O fogo (ou o ferro em brasa) não faz distinção entre inocentes e culpados.
SIGNIFICADO
Confiar  cegamente em alguém (ou alguma coisa), sem preocupações ou receios em ser ludibriado.

54 - Blá blá blá

ORIGEM
Na língua francesa, “blablablá” é uma onomatopeia (palavra que tenta imitar um som) influenciada pelo verbo “blaguer”, que significa dizer coisas ridículas. O verbo veio de “blague”, ou seja, farsa
SIGNIFICADO
Conversa desinteressante e  desprovida de conteúdo; falatório sem fundamento.

55 - Para Inglês ver



ORIGEM
Por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. Já que o Brasil estava entre os alvos, mas os escravos eram uma das bases da nossa economia.No entanto, todos sabiam que tais regras não seriam cumpridas: o tráfico continuou de todo jeito, ou seja, as leis foram aprovadas só “para inglês ver”.
Uma outra teoria que pode explicar a origem da expressão conta que os ingleses gostavam muito de vestir roupas de linho, hábito bem diferente da população local, que preferia os trajes de casimira. Assim, quando algum brasileiro resolvia usar trajes de linho, virava motivo de chacota: os outros diziam que aquela pessoa estava vestida “para inglês ver”.
SIGNIFICADO
 Geralmente é usada para indicar algo que é feito “de mentira”, só para manter as aparências.Fingir que fez algo ou fazer mal feito por interesses econômicos.

56 - Sem eira nem beira



ORIGEM
“Eira e Beira” vem  de um estilo arquitetônico utilizado no Brasil Colônia.Nesse tipo de construção colonial existe uma espécie de extensão ondulada (ou aba) que fica acoplada por baixo do telhado. Para além do toque decorativo, esse aspecto arquitetônico português servia para denunciar o nível socioeconômico do proprietário do imóvel. Olhando de baixo para cima, essas abas (ou extensões do telhado) eram chamadas de eira, beira e tribeira. As famílias mais abastadas construíam suas residências com os três acabamentos do telhado. Já as casas mais populares eram feitas apenas com um dos acabamentos, a chamada tribeira.Eiras  também eram lugares nas proximidades das antigas aldeias portuguesas onde se estendiam, ao ar livre, os legumes e os cereais que estavam sendo preparados para consumo. Como alimento sempre foi privilégio de pessoas com mais posses, os pobres se caracterizaram por não terem nem a beira de uma eira para preparar sua comida.
SIGNIFICADO
 Estar sem dinheiro. Fulano não tem eira nem beira, ou seja: não tem onde cair morto.

57 - Marmelada

ORIGEM 
Uma forma de fazer o doce do marmelo render mais é misturar o insípido chuchu a ele. Assim, parece que o doce é maior, com a vantagem de ninguém perceber o gosto do vegetal ali. Como isso não deixa de ser uma forma de enganar o cliente, “marmelada” virou expressão que indica algo fajuto.
SIGNIFICADO
Usada para designar uma ação desonesta ou algo ilegítimo ou seja armação.ou trapaça.

58 - Lavar as mãos



ORIGEM
 Pôncio Pilatos era prefeito da província romana da Judeia na época da pregação de Jesus Cristo. Quando o Sinédrio judaico lhe enviou Jesus para execução, Pilatos, por dizer não ter nele encontrado nenhuma culpa, ficou hesitante e tentou livrá-lo da morte, mas o povo de Jerusalém preferiu salvar Barrabás. Pilatos então, após lavar as próprias mãos, em sinal de renúncia de qualquer responsabilidade, condenou Jesus a morrer na cruz. . Pôncio então abdicou da responsabilidade enxaguando as mãos e dizendo: “Estou inocente desse sangue. Lavo as minhas mãos”.
SIGNIFICADO
Isentar-se de uma responsabilidade

59 -  Cor de burro quando foge.



ORIGEM
A expressão "cor de burro quando foge" é uma corruptela de "corro de burro quando foge", que designa o comportamento agressivo do animal que pode dar um coice em alguém próximo. Hoje em dia, a expressão "cor de burro quando foge" é utilizada para se designar uma cor em que não se sabe definir precisamente qual é.
SIGNIFICADO
Essa expressão popular é utilizada quando queremos indicar a cor de algo, mas ela não é precisamente definida. 

60 -  Salvo pelo gongo.



ORIGEM
Esse ditado surgiu no século XVII na Inglaterra, quando as pessoas passaram a ser enterradas com um braço ligado a um sino, para o caso de serem salvas se ainda estivessem vivas. Está ligada  com surtos de catalepsia.Catalepsia é um distúrbio que impede o doente de se movimentar, e para evitar essas tragédias, as famílias na Europa amarravam uma corda no pulso do defunto, e prendiam-na a um sino que ficava do lado de fora do túmulo.Caso a pessoa não estivesse morta, tocaria o sino e seria literalmente salva pelo gongo. Existia uma pessoa que ficava de guarda no cemitério para ver se o morto ressuscitava, normalmente o coveiro.Em inglês a expressão é: “Saved by the bell”.
SIGNIFICADO
Essa expressão é utilizada quando algo de negativo está prestes a acontecer, mas, repentinamente, esta situação consegue ser evitada, geralmente são casos em que o indivíduo está sob perigo ou perante uma cena constrangedora.




Nenhum comentário:

Postar um comentário