Capacitismo é um termo utilizado para descrever
a discriminação, opressão e abuso advindos da noção de que pessoas com
necessidades especiais são inferiores às pessoas sem deficiência. Que torna essas
pessoas “incapazes” de outras atividades
“normais”. Desse modo, são incluídas no grupo das minorias e muitos de seus direitos são negados.Sendo
assim, sua luta política é invisibilizada e muito pouco mencionada. E, pior que
isso, sua voz não é ouvida.
Assim, surgiu a ideia da campanha virtual #écapacitismoquando,
em que as pessoas com necessidades especiais relatam, na internet, experiências
que vivenciaram ao longo de suas vidas. Sempre vemos campanhas para
conscientização sobre o direito dessas pessoas errando em suas propostas, seja
por não apresentarem modelos com deficiência ou por demonstrarem falta de
compreensão do tema, reduzindo o assunto a estereótipos de superação ou
assistencialismo. Entretanto, desta vez a iniciativa surgiu do próprio
público-alvo, utilizando a força das mídias sociais.
A campanha tem sucesso também no Facebook chamado
“Luta contra o capacitismo” conseguiram uma adesão surpreendente das pessoas
com deficiência. Pela primeira vez, elas se identificavam com este tipo de
campanha. Por meio da hashtag, surgiram diversos relatos pessoais, estudos
acadêmicos e diversos tipos de material explicando e expondo situações
capacitistas presentes no dia a dia. O movimento conquistou também a atenção
das pessoas sem deficiência que se viram nos depoimentos do evento e começaram
a desconstruir e rever suas atitudes. Seguindo a # da
campanha, você poderá ver exemplos.
Podemos ainda mencionar o capacitismo que ocorre
em aplicativos e sites de relacionamento. Muitos usuários saem
do chat assim que “descobrem” a “deficiência”. Isso revela que
há uma forma de silenciamento para com os portadores de necessidades especiais,
quando o assunto é a sexualidade. Os “não-deficientes” tendem a nos
enxergar como “assexuados” pornatureza, causando espanto e desconforto quando o assunto
é tratado com naturalidade e de forma madura. Esse isolamento faz com
que o grupo muitas vezes busque se realizar entre si. Inclusive, há locais
específicos para isso na web.
Capacitistas costumeiramente veem deficiência como um erro
na vida, um jeito incorreto de se viver e portanto costumam negar qualquer
experiência de vida dessas pessoas .
É bom lembrar que sentir pena, lamentar ou idealizar a
pessoa com necessidades especiais é
capacitismo da mesma forma.Também é quando, por exemplo, tratam essa pessoa como criança, quando acham que uma pessoa com
deficiência mental é “burra”, quando acham que uma pessoa cadeirante é uma
pobre coitada e saem empurrando a cadeira dela sem nem perguntar se pode, é
quando negam a limitação da pessoa pra culparem ela por algo que ela não tem
controle, é quando agridem verbalmente e fisicamente essas pessoas.
Diga não ao Capacitismo!
Usar xingamentos capacitistas nunca é legal. Não é legal em
propaganda, não é legal quando nos referimos à pessoas ou coisas. Não é legal
chamar alguém dessas coisas.
Exemplos de capacitismos: “estúpido”, “retardado”, “maluco”,
“capenga”, “doido”, “imbecil”.
Uma boa alternativa ao uso desses termos poderia ser pensar
melhor no que você está tentando dizer antes de falar, tentar dizer o que você
quer ao invés de tomar atalhos e acabar insultando pessoas com necessidades
especiais.
Quando vocês usam esses termos, inconscientemente ou
não, estão debochando das pessoas que possuem esses problemas. Vocês
comparam alguém a quem tem isso como se fosse repreensível ter esses problemas.
Isso trabalha muito a favor da exclusão de pessoas com desordens mentais de
modo geral.
"Mongolóide", "mongol",
"mongo" e suas variações: Não só é capacitista como também é
racista/xenofóbico. Em 1860, John Langdon Down começou a classificar os
pacientes conhecidos como “idiotas”, e percebeu que o grupo tinha uma aparência
similar. Citando um arredondamento do rosto, formato dos olhos e outras
características físicas, escreveu: “Um grande número de idiotas congênitos são
típicos mongóis”.
Julie Coleman, professor de Inglês na Universidade de
Leicester, diz que Down acreditava que “essas pessoas voltaram a um estado
anterior da humanidade, que é ser mongol”, é importante observar também que
esta conclusão de Down veio cerca de sete anos depois de Darwin começar a
falar sobre evolução. Em 1965 a República Popular da Mongólia se queixou à
Organização Mundial da Saúde que o termo era depreciativo em relação a eles, e
foi substituído por Síndrome de Down. (fonte psiconlinews.com) Oligofrenia é uma doença
que provoca o retardo no desenvolvimento mental de um indivíduo. Do grego “oligos”,
que significa pouco, mais “phren”, que significa mente. Oligofrênico é
um adjetivo que se refere àquele que sofre de oligofrenia.
A oligofrenia é uma doença que pode
ser de origem hereditária, ou ser adquirida precocemente e que afeta o sistema
nervoso central.
Associações de pessoas com deficiência, como a APAE, UNICEF, têm
recomendado a utilização de termos como "portadores de necessidades
especiais", "Excepcionais", entre outros, no lugar de expressões
como cretino, idiota, imbecil que, apesar de termos científicos oriundos do
início da história da medicina, ao longo do tempo adquiriram um sentido
conotativo de ofensa que dificulta sua inclusão social. Por outro lado, sua
utilização foi um grande avanço para época em substituição da crença de indivíduos
amaldiçoados ou possuídos pelo demônio.
Enfim, capacitismo é uma série de práticas e comportamentos
(tanto conscientes quanto inconscientes) contra pessoas que possuem algum tipo
de deficiência. As pessoas que praticam capacitismo têm uma tendência de achar
que a “não-deficiência” é o normal e que pessoas que tem deficiências têm que
se virar para se encaixar na norma ou se afastar das pessoas que não têm
nenhuma deficiência.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capacitismo
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