O Dia Mundial do Enfermo é comemorado anualmente em 11 de fevereiro. Esta data, de origem religiosa, tem o objetivo de apelar para a sociedade e comunidade mundial por melhores condições de tratamento e atenção às pessoas doentes, seja nos hospitais, postos de saúde ou mesmo em casa. O Dia Mundial do Enfermo existe desde 1992, por iniciativa do Papa João Paulo II. Todos os anos, o Vaticano elege um tema que norteará toda a discussão sobre o assunto junto à sociedade, governantes e mídia mundial.
A mensagem que o Papa Francisco preparou para esse ano de 2021 tem como tema um trecho do Evangelho de Mateus: “Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos” (Cf. Mt 23,8). O texto foi divulgado no último dia 12 de janeiro e foi intitulado como: “A relação de confiança, na base do cuidado dos doentes”.
“Um só é o
vosso Mestre e vós sois todos irmãos”: este versículo do Evangelho de Mateus
(Mt 23, 8) inspirou a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Enfermo
de 2021, celebrado tradicionalmente no dia 11 de fevereiro, dia de Nossa
Senhora de Lourdes. O texto foi divulgado esta terça-feira (12/01) e é
intitulado “A relação de confiança, na base do cuidado dos doentes”.
De modo
especial, o Pontífice dedica a mensagem às pessoas que sofrem em todo o mundo
os efeitos da pandemia do coronavírus. “A todos, especialmente aos mais pobres
e marginalizados, expresso a minha proximidade espiritual, assegurando a
solicitude e o afeto da Igreja.”
Ninguém está
imune do mal da hipocrisia
Quanto ao
trecho do Evangelho de Mateus, o Papa explica que Jesus critica a hipocrisia de
quantos dizem, mas não fazem. Esta crítica, afirma, é sempre salutar para
todos, “pois ninguém está imune do mal da hipocrisia”, um mal muito grave, cuja
consequência é reduzir a fé a “exercícios verbais estéreis, sem se envolver na
história e nas necessidades do outro”, isto é, uma incoerência entre o credo
professado e a vida real.
A
experiência da doença, escreve Francisco, nos faz sentir a nossa
vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, a necessidade natural do outro. A doença
obriga a questionar-se sobre o sentido da vida; uma pergunta que, na fé, se
dirige a Deus.
A doença tem
um rosto
Como remédio
à hipocrisia, Jesus propõe sentir empatia e deixar-se comover pelo sofrimento
do irmão.
A doença,
afirma ainda o Papa, tem sempre um rosto: o rosto de todas as pessoas doentes,
que se sentem ignoradas, excluídas, vítimas de injustiças sociais que lhes
negam direitos essenciais.
Para
Francisco, a atual pandemia colocou em evidência tantas insuficiências dos
sistemas sanitários e carências na assistência às pessoas doentes, que deveria
ser uma prioridade. “Isto depende das opções políticas, do modo de administrar
os recursos e do empenho de quantos revestem funções de responsabilidade.”
“Ao mesmo
tempo, a pandemia destacou também a dedicação e generosidade de profissionais
de saúde, voluntários, trabalhadores e trabalhadoras, sacerdotes, religiosos e
religiosas: com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor
ao próximo, ajudaram, trataram, confortaram e serviram tantos doentes e os seus
familiares.”
Com efeito,
prossegue o Papa, “a proximidade é um bálsamo precioso, que dá apoio e
consolação a quem sofre na doença”. Quem serve, fixa sempre o rosto do irmão,
toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até “padece” com
ela. “Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos ideias, mas
pessoas”, escreve o Pontífice, citando uma sua homilia pronunciada em Havana,
Cuba, em 2015.
Confiança
Neste serviço para com os mais necessitados, Francisco aponta como decisivo o “aspecto relacional”, isto é, a confiança que se cria entre o doente e quem o acompanha.
“Esta relação com a pessoa doente encontra uma fonte inesgotável de motivações e energias precisamente na caridade de Cristo, como demonstra o testemunho milenar de homens e mulheres que se santificaram servindo os enfermos.”
As curas
realizadas por Jesus, destaca o Pontífice, nunca são gestos mágicos, mas fruto
de um encontro, uma relação interpessoal, em que ao dom de Deus, oferecido por
Jesus, corresponde a fé de quem o acolhe.
Que ninguém fique sozinho
Francisco então conclui recordando que uma sociedade é tanto mais humana quanto melhor souber cuidar dos seus membros frágeis e atribulados e o fizer com uma eficiência animada por amor fraterno. “Tendamos para esta meta, procurando que ninguém fique sozinho, nem se sinta excluído e abandonado.”
Por fim, o
Papa confia todos os doentes e agentes da saúde a Maria, Mãe de Misericórdia e
Saúde dos Enfermos. “Que Ela, da Gruta de Lurdes e dos seus inumeráveis
santuários espalhados por todo o mundo, sustente a nossa fé e a nossa esperança
e nos ajude a cuidar uns dos outros com amor fraterno. A todos e cada um
concedo, de coração, a minha bênção.”
FONTE: Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário